Idade Relativa: Teoria explica porque nascer em determinada época do ano pode trazer vantagem esportiva

Com os Jogos Olímpicos de 2024 alguns espectadores começaram a notar um padrão: o que Rebeca Andrade, Beatriz Souza, Tatiana Weston-Webb, Rayssa Leal, Caio Bonfim, Willian Lima e Larissa Pimenta tem em comum? Além de serem medalhistas, todos nasceram no primeiro semestre do ano, sendo as três primeiras no mês de Maio.

Os únicos atletas olímpicos brasileiros medalhistas que até então são exceção são Gabriel Medina e Bia Ferreira, nascidos em Dezembro.

O que justifica isso não é a astrologia e nem a sorte, e é um fenômeno já estudado há alguns anos nos mais diversos esportes, o efeito da idade relativa. Para se tornar um atleta de sucesso vários fatores são necessários, esforço, disciplina, competência, mas a idade também é um agente que traz consequências. Os esportes e equipes dividem seus atletas com base em seu ano de nascimento, principalmente nas categorias iniciais. Os atletas competem ao lado de pessoas de sua mesma faixa etária. Cada país funciona através do seu próprio calendário de atividades, no Brasil o ano letivo se inicia no mês de Janeiro, sendo assim os jovens nascidos entre Janeiro e Dezembro do mesmo ano praticam juntos, mas esses 11 meses podem fazer diferença.

Uma criança que é vista como prodígio e a frente do resto de seus colegas de equipe pode apenas ser mais desenvolvida fisicamente e ter mais experiência por ser alguns meses mais velha, mas o incentivo pode trazer uma influência positiva para o resto de sua carreira. Psicologicamente este atleta é incentivado desde cedo a persistir naquela atividade em que ele tem sucesso.

O efeito da idade relativa tem se comprovado nas Olímpiadas mas também podemos percebê-lo em competições futebolísticas no geral e até mesmo no hóquei.

Por: Victoria Brasil

Imagem: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br