Número de brasileiros endividados cai pela primeira vez desde fevereiro

O número de brasileiros com dívidas a vencer caiu pela primeira vez desde fevereiro. É o que mostra o relatório mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que contabilizou 78,5% de endividados em julho. A taxa, de acordo com a entidade, é 0,3 ponto percentual (p.p) inferior ao registrado em junho.

O resultado indica que as famílias estão mais cautelosas, uma vez que houve estabilidade no indicador, no mês passado. Entre as principais modalidades de dívidas, o cartão de crédito segue liderando o ranking, sendo utilizado por 86% do total de devedores. Em seguida, estão o carnês (15%), o crédito pessoal (10%) e o financiamento de casa (9%).

A queda do endividamento geral foi puxada pelas mulheres, cujo nível teve retração de 0,8 p.p em relação ao mês anterior e se manteve igual a julho do ano passado. Já os homens permaneceram com suas dívidas estáveis no comparativo com junho e 0,8 p.p. acima do registrado no mesmo mês do ano passado.

A inadimplência se manteve estável em julho, no comparativo com junho, no patamar de 28,8%, e caiu 0,8 p.p. na variação do ano. Ao todo, apenas 11,9% das famílias brasileiras afirmaram que não terão condições de pagar as dívidas em atraso, número 0,1 p.p inferior ao registrado no mês passado e 0,3 p.p. em relação a julho de 2023.

Na perspectiva do economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, a estabilização no percentual de inadimplência e a ligeira queda do percentual daquelas que não possuem condições de pagar seus débitos indicam uma leve melhora das finanças das famílias. Para ele, a média da renda comprometida com dívidas foi de 29,6% em julho, quinto mês de retração.

As expectativas da CNC sugerem que o endividamento deve cair ainda mais nos próximos dois meses, para voltar a subir na reta final do ano – em razão das festividades de fim de ano. A taxa esperada pela Confederação é de 78,4% em dezembro. Já a inadimplência, segundo projeção da CNC, tende a aumentar gradativamente até atingir 29,5% no fim do ano.

 

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz