Carta assinada por oposição que proclama González como presidente é malvista por Itamaraty
Uma carta assinada pelo candidato à presidência da Venezuela, Edmundo González Urrutia, e pela líder da oposição, María Corina Machado, pedindo para que as instituições do país vizinho “procedam” a proclamação de González como presidente eleito, foi reprovada pelo Itamaraty. A instituição acredita que foi um “erro”, uma vez que ainda era prevista uma “saída negociada” entre Nicolás Maduro e os oposicionistas.
A carta foi considerada uma “autoproclamação” de González como líder da Venezuela, o que remete à fracassada tentativa do líder opositor Juan Guaidó de se declarar presidente interino em 2019 para derrubar Maduro com o apoio dos Estados Unidos, do Brasil sob Jair Bolsonaro e da União Europeia, o que os opositores negam.
No entanto, Maduro recusa-se a reconhecer que foi derrotado em todo o país e, face aos legítimos protestos, lançou uma ofensiva brutal contra os líderes democráticos, fiscais, membros das mesas eleitorais e até contra o cidadão comum, com o propósito absurdo de querer esconder a verdade e, ao mesmo tempo, tentar encurralar os vencedores”
“O novo governo da República, eleito democraticamente pelo povo venezuelano, oferece garantias a quem cumpre o seu dever constitucional. Da mesma forma, ressalta que não haverá impunidade. Este é um compromisso que assumimos com cada um dos venezuelanos”, afirmaram os oposicionistas, que pediram a proclamação de Edmundo González como presidente eleito “imediatamente”.
Por: Ágatha Araújo
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