Capitã do Rugby supera câncer para chegar à terceira Olimpíada e será porta-bandeira do Brasil em Cerimônia de Abertura

Raquel Kochhann, porta-bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura das Olimpíadas de Paris 2024, é um exemplo de superação e determinação. Capitã da seleção brasileira feminina de rugby, Raquel descobriu um câncer de mama após os Jogos de Tóquio 2020. Ela se afastou do esporte, passou por uma mastectomia e um longo tratamento oncológico, mas conseguiu se curar e voltou ao esporte a tempo de liderar as Yaras em sua terceira Olimpíada.

Durante os treinamentos para Tóquio, Raquel encontrou um nódulo no peito. Depois de disputar os Jogos, ela realizou uma série de exames, e um ano depois foi diagnosticada com câncer. Em uma entrevista, Raquel relembrou o momento:

– Foi no treinamento, em uma viagem que percebi um carocinho diferente no peito. Fui falar com a equipe médica, então o staff e nossa fisioterapeuta já entraram em contato com a médica ginecologista responsável. Ela disse para ficar tranquila. Fui para o Japão, joguei as Olimpíadas, foi tudo tranquilo. Voltei, fiz o exame, mandaram direto para a biópsia e já me encaminharam para o mastologista. Um ano depois, fiz de novo os exames. O caroço tinha quase dobrado de tamanho. Aí que a gente tomou o primeiro susto. Quando esse caroço voltou da biópsia, dentro dele tinham encapsuladas células cancerígenas.

Por precaução, Raquel optou pela mastectomia bilateral. No entanto, novos exames revelaram que a doença havia se espalhado para o osso do esterno. Os médicos identificaram que o câncer era hereditário. Ela passou por cirurgia, radioterapia, seis sessões de quimioterapia e continua em tratamento preventivo.

Raquel voltou aos campos em uma partida oficial de clubes no dia 23 de dezembro do ano passado e, em 16 de janeiro deste ano, foi reconvocada para a seleção brasileira de rugby após mais de um ano e meio afastada.

Agora, Raquel terá a honra de representar o Brasil como porta-bandeira na Cerimônia de Abertura das Olimpíadas. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou a escolha nesta segunda-feira (22). Ao lado do canoísta Isaquias Queiroz, Raquel levará o símbolo nacional em um barco no Rio Sena, em uma cerimônia inédita fora de um estádio. O evento acontece no dia 26 de julho, às 14h30 (Horário de Brasília).

 

Foto: Gaspar Nobrega/COB