Pai de Mauro Cid usou escritório da Apex para negociar joias desviadas por Bolsonaro

De acordo com um apuração interna da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), houve “delitos e graves desvios de conduta“ durante a gestão do general Mauro Lourena Cid — pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) — no escritório de representação em Miami. A conclusão foi divulgada nesta sexta-feira (12).

A apuração tem relação com negociações de joias e presentes de Estado em solo americano — inquérito no qual Bolsonaro e ex-assessores, incluindo Lourena, são investigados. O general havia sido nomeado por Bolsonaro como chefe do escritório brasileiro da Apex, e ficou no posto até o fim do governo. Segundo a Apex, o pai de Mauro Cid usou da estrutura do escritório ilegalmente.

A apuração diz ainda que ficou demonstrada, com base nos mesmos relatos, a resistência do general em devolver à ApexBrasil o celular e o computador funcional. O documento ressalta que os dados foram apagados de forma irregular. em janeiro de 2023, já no governo Lula, o general continuava frequentando o escritório e usando celular e notebook funcionais.

Foi com o celular funcional da Apex que Lourena Cid tirou fotos das joias apresentadas ao governo brasileiro e depois roubadas para serem vendidas ilegalmente pelo entorno do ex-presidente. Também usou o aparelho do governo para compartilhar as imagens.

Por: Ágatha Araújo

Foto: Roberto Oliveira/Alesp; Bruno Spada/Câmara dos Deputados