Caso Abin: ‘Vamos ver se explodimos esse vagabundo’ diz militar que usava serviço de inteligência contra advogado
Nesta quinta-feira (11), a Polícia Federal deu continuidade à Operação Última Milha, que investiga a espionagem ilegal de opositores do governo Bolsonaro pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Desta vez, porém, a apuração contém provas robustas, conversas, registros e dados encontrados nos aparelhos celulares de ex-integrantes do órgão, que falam, inclusive, em usar monitoramento ilegal para “explodir” adversários.
Um dos alvos de mandado de prisão desta quinta é o militar Giancarlos Gomes Rodrigues. O militar participou do monitoramento, sem autorização judicial, do advogado Roberto Bertholdo, que é próximo dos
ex-deputados federais Rodrigo Maia e Joice Hasselmann, adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Excelente isto, Meu amigo. Vamos ver se conseguimos explodir esse vagabundo que está num DAS-5“, responde o chefe do militar na Abin, o policial federal Marcelo Bormevet, também preso na operação. DAS-5 é um cargo de confiança.
O núcleo de espionagem clandestina tinha como alvos jornalistas e servidores contrários ao governo de Bolsonaro. Na longa lista de espionagem, constam nomes como Arthur Lira, presidente da Câmara, Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo e Rodrigo Maia, ex-deputado federal.
Por: Ágatha Araújo
Foto: divulgação/Polícia Federal