CPI das apostas pretende convidar auditor do STJD que recomendou suspensão de John Textor

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas está preparando sua próxima audiência com um novo convidado em potencial. O senador Carlos Portinho (PL-RJ) protocolou nesta quarta-feira (9) um pedido para que Mauro Marcelo de Lima e Silva, auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), seja convidado a prestar esclarecimentos.

O auditor foi responsável por solicitar uma suspensão de seis anos e uma multa de R$ 2 milhões para John Textor, proprietário da SAF do Botafogo. As medidas foram baseadas em denúncias feitas pelo empresário americano sobre manipulação de jogos no Brasileirão, conforme relatório da empresa “Good Game”.

“Imagine se todo denunciante de possível manipulação de resultados no futebol fosse condenado, banido por um longo período do esporte e obrigado a pagar uma multa milionária, nunca antes aplicada nem mesmo em casos comprovados de manipulação. O que aconteceria?”, questionou o senador.

A penalidade solicitada pelo auditor seria a mais severa já imposta pelo tribunal esportivo. O STJD considerou as evidências apresentadas por Textor como “imprestáveis”, concluindo que suas ações foram prejudiciais à honra de atletas, árbitros e entidades esportivas.

Textor foi enquadrado em três artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): o 243-F, referente à ofensa à honra; o 221, que aborda a “causa por erro grosseiro ou sentimento pessoal para iniciar inquérito ou processo”; e o 243-A, sobre a “atuação contrária à ética desportiva visando influenciar resultados”.

O inquérito foi iniciado após solicitações da Procuradoria Geral da Justiça Desportiva, do Palmeiras, São Paulo, Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo e Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF). Clubes como Grêmio, Bahia, Flamengo e Atlético-MG também foram mencionados como vítimas.

O requerimento para convocação de Mauro Marcelo de Lima e Silva será avaliado nesta semana, com expectativa de aprovação. A CPI continua seu trabalho de coleta de depoimentos e compartilhamento de provas para identificar estruturas criminosas por trás da manipulação de resultados, além de propor medidas de fiscalização e possíveis indiciamentos de pessoas físicas e jurídicas envolvidas.