Estudo da UFRJ descobre molécula que pode proteger cérebro do Alzheimer

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram uma molécula que pode proteger o cérebro contra os efeitos do Alzheimer. A descoberta, publicada em junho na British Journal of Pharmacology, representa uma nova esperança no combate à doença.

Testes promissores em camundongos

Os pesquisadores realizaram testes com camundongos, divididos em dois grupos. Um grupo recebeu apenas uma substância capaz de induzir sintomas de Alzheimer, enquanto o outro recebeu a mesma substância juntamente com a molécula LASSBio-1911. Os roedores foram então apresentados a dois cubos de cores diferentes, e posteriormente, um dos cubos foi substituído por uma bola.

Os resultados mostraram uma diferença significativa de memória entre os dois grupos: o grupo que recebeu a molécula LASSBio-1911 foi capaz de lembrar da troca dos objetos e reconhecer a bola, enquanto o outro grupo não se lembrava do cubo original.

Ação nos astrócitos

A eficácia da molécula está ligada à sua ação nos astrócitos, células do sistema nervoso central que sustentam e nutrem os neurônios. A descoberta sugere que a LASSBio-1911 pode desempenhar um papel crucial na proteção do cérebro contra os efeitos do Alzheimer.

Diferentes tipos de demência

De acordo com o neurologista Flavio Augusto Sekeff, as demências são classificadas em dois grupos principais. O primeiro grupo inclui o Alzheimer, a demência frontotemporal e a demência por Corpos de Lewy. O segundo grupo é a demência vascular, geralmente causada por Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Prevenção e tratamento

Enquanto o Alzheimer é uma demência primária que pode ser prevenida em alguns casos, outras demências, como a demência por Corpos de Lewy, apresentam sintomas distintos, incluindo tremores, lentidão, rigidez, alucinações e apatia prolongada.

A demência vascular, também conhecida como demência secundária, resulta de problemas de circulação sanguínea no cérebro causados por AVCs repetidos. O neurocirurgião Carlos Roberto Massella Jr. destaca que essa condição danifica os tecidos cerebrais devido à má circulação.

Diferença entre demência e depressão

É importante notar que a depressão pode ser confundida com demência. Os quadros de “pseudodemência” apresentam sintomas semelhantes, mas com sinais específicos de depressão, como tristeza e melancolia. O diagnóstico é feito através de questionários estruturados, história clínica do paciente e uso consciente de antidepressivos.

Exercícios físicos como prevenção

Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), mostrou que exercícios físicos, como corrida e musculação, podem ajudar a prevenir ou retardar o surgimento dos sintomas do Alzheimer. O geriatra Leopold Bussi ressalta que a combinação de exercícios de fortalecimento com exercícios aeróbicos oferece benefícios superiores aos exercícios realizados isoladamente.