Pela primeira vez geada é detectada em vulcões de Marte

Indo contra a concepção científica anterior sobre o clima de Marte, pesquisadores detectaram evidências de geada nos maiores vulcões do Sistema Solar, localizados na região de Tharsis, pela primeira vez.

Publicado na revista Nature Geoscience, o estudo fala de uma fina camada de gelo que se mantém só algumas horas após o nascer do Sol, antes de evaporar. A geada constitui pelo menos 150 mil toneladas de água, valor equiparado a cerca de 60 piscinas olímpicas.

“O que estamos vendo pode ser um remanescente de um antigo ciclo climático no (planeta) Marte moderno, onde houve precipitação e talvez até neve nesses vulcões no passado”, disse o autor principal da descoberta, Adomas Valantinas, para a Brown University, onde atua como pesquisador no pós-doutorado.

A região de Tharsis é formada por diversos vulcões (Olympus, Arsia e Ascraeus Montes, e Ceraunius Tholus) e a pesquisa propõe, considerando a natureza sazonal improvável da liberação de gases vulcânicas, que a geada detectada é de origem atmosférica.

A pesquisa descreve um transporte de vapor de água das altas latitudes para a área de Tharsis que pode ser facilitado por redemoinhos atmosféricos de grande escala.

“Este processo poderia ser ainda aumentado por fortes ventos ascendentes, impulsionados por uma combinação de efeitos térmicos e ondas gravitacionais de montanha, facilitando o movimento da umidade sobre as caldeiras vulcânicas”, explica a publicação.

Na visão dos cientistas, a compreensão dos microambientes é fundamental na hora de compreender o ciclo hidrológico de Marte.

Créditos da imagem: Reprodução/Olhar Digital

Escrito por: Rafael Ajooz