Alexandre de Moraes autoriza denúncia do caso Marielle para julgamento no STF

Na terça-feira, Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou para julgamento a denúncia do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. O caso, vindo da Procuradoria-Geral da República (PGR), será analisado pela Primeira Turma da Corte.

A denúncia acusa os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, junto ao delegado Rivaldo Barbosa, como supostos mandantes do crime. Os irmãos foram acusados de organização criminosa e, assim como Barbosa, de homicídio qualificado. Caso seja aceita, a acusação irá abrir um processo penal, convertendo os suspeitos em réus.

Domingos, Chiquinho Brazão e Barbosa foram presos em 24 de março. Os nomes constam na delação do ex-policial Ronnie Lessa, executor do crime. De acordo com o depoimento dele, o assassinato foi encomendado por divergências políticas entre os irmãos Brazão e Marielle e pela atuação da vereadora contra grilagem de terras em áreas de milícia no Rio.

A investigação aponta que o assassinato de Marille tenha sido planejado ao longo de seis meses. A primeira reunião para discutir o tema ocorreu em setembro de 2017, nas proximidades de um hotel na Barra da Tijuca. Lessa foi procurado na época e, meses depois, esteve com Domingos Brazão, que apresentou a recompensa para o crime.

O plano teria sido acobertado por Barbosa, a fim de garantir a impunidade dos executores e mandantes do crime. O delegado havia assumido o Departamento de Homicídios da Polícia Civil do Rio na época, pouco antes de tomar posse, um dia antes do crime, como chefe da corporação. Ele foi responsável por atrapalhar as investigações do caso.

A denúncia da PGR também inclui outras duas pessoas: Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, ex-assessor de Domingos, e Ronald Alves de Paula, o Major Ronald, ex-chefe de milícia de Rio das Pedras.

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz