Presidiários da Venezuela iniciam greve de fome por ‘violações’ de direitos humanos, segundo ONGs

Neste domingo, presos de diversas cadeias na Venezuela iniciaram uma greve de fome para protestar contra supostas violações de seus direitos humanos, denunciaram duas ONGs.

“Presos de todo o território nacional anunciaram que, a partir de hoje, se unirão em uma greve de fome pacífica”, afirmou na rede social X o Observatório Venezuelano de Prisões (OVP), referindo-se a “violações” dos direitos dos presidiários.
A ONG listou pelo menos seis prisões em greve, divulgando imagens dos presos, alguns reunidos em corredores e celas, cantando o hino nacional ou fazendo barulho com as grades das celas. As autoridades venezuelanas foram procuradas pela agência de notícias AFP para comentar sobre o caso, mas não se manifestaram até agora.
De acordo como Observatório, a greve acontece na principal prisão feminina INOF em Miranda, na prisão de Uribana em Lara, no Centro Penitenciário de Coro (noroeste), no Centro de Formação para a Mulher Nova “Manuelita Sáenz” em Aragua, no Internato Judicial de Cumaná em Sucre e numa cela da polícia científica em Lara. A ONG Uma Ventana a la Libert também confirmou greve ocorrendo no Centro de Formação para o Homem Novo “El Libertador” em Carabobo, conhecido como “Tocuyito”,
“Os privados de liberdade na Venezuela, vítimas da demora processual e do descaso penitenciário, sentem-se enganados pelos planos de abordagem impulsionados pelo Ministério que não lhes trouxeram nenhuma solução para sua situação jurídica”, completou o OVP.
“Eles exigem “respeito aos seus direitos humanos, reduções de penas, transferências para suas prisões de origem e a concessão de medidas humanitárias”, continuou ele.
Segundo dados levantados pelas ONGs, nas prisões da Venezuela há uma superlotação de cerca de 200%, e há relatos de supostos maus-tratos, atrasos processuais e ausência de proteína na alimentação servida a eles.

Créditos da imagem: Divulgação

Escrito por: Rafael Ajooz