Instituto que leva nome de jornalista assassinado, Dom Phillips, é criado por viúva no Amazonas

Foi inaugurado neste domingo (2), o Instituto Dom Phillips, localizado no Vale do Javari, Amazonas. O local leva o nome do jornalista britânico assassinado na região em junho de 2022, ao lado do indigenista Bruno Pereira. A ONG é liderada por Alessandra Sampaio, viúva de Dom, e tem como principal objetivo conscientizar as pessoas, por meio da educação, sobre a importância da proteção da floresta amazônica e os povos originários.

“O instituto nasce de uma grande dor. Não foi a primeira vez que um crime como esse ocorre e, infelizmente, sabemos que não será a última”, afirma.

O primeiro projeto do instituto, denominado de “Amazônia Sua Linda”, contará com a produção de conteúdo realizada por comunidades amazônicas e instituições parceiras. Ele visa ampliar o acesso à informações sobre a Amazônia Legal do Brasil, povos indígenas e visões de mundo. Todo conteúdo feito estará disponível em uma plataforma educativa gratuita e aberta ao público.

“Com nossa atuação queremos compartilhar as vozes da Amazônia, levando conhecimento sobre o bioma e seus povos ao restante do Brasil e do mundo. Como Dom costumava dizer quando voltava de suas viagens, se as pessoas conhecessem a Amazônia, se apaixonariam por ela”, diz Alessandra.

Dom Phillips e Bruno Pereira foram assassinados no Vale quando se deslocavam para visitar uma equipe de vigilância indígena. Dez dias após o sumiço, equipes de buscas encontraram os corpos esquartejados, carbonizados e enterrados em área de mata fechada. Um mês após o crime, o Ministério Público denunciou três pessoas pelos assassinatos. A Justiça Federal em Tabatinga (AM) aceitou o pedido e tornou réus três pescadores que estavam envolvidos.

Por Isabelli Aragão

Imagem: reprodução