Caso Marielle: Ronnie Lessa afirma ter matado vereadora por promessa de chefiar nova milícia
No último domingo (26), o ex-policial militar Ronnie Lessa confessou, em delação premiada ao programa Fantástico, que os irmãos Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e o deputado federal Chiquinho Brazão, ofereceram um loteamento clandestino equivalente a mais de R$ 50 milhões, pela pela morte da vereadora Marielle Franco. A proposta era que Lessa chefiasse terrenos em Jacarépaguá, Zona Oeste do Rio.
Lessa ainda destacou que a chefia também foi oferecida a um de seus comparsas, o Macalé (apelido do ex-PM Edimilson de Oliveira), que foi assassinato em 2021. Por rastreamento de satélites, Ronnie apontou onde ficariam as áreas dominadas, porém a Polícia Federal afirma que não foi possível encontrar evidências concretas de planejamento para ocupar a área.
O ex-policial militar também mencionou Rivaldo Barbosa como participante do plano. Em entrevista, Lessa disse que Domingos Brazão confirmou a participação do delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Delegacia de Homicídios do Rio. Ele explicou como Rivaldo Barbosa atuou para tentar protegê-los da investigação depois do assassinato.
A defesa de Domingos Brazão afirmou que não existem elementos que sustentem a versão de Lessa e que não há provas da narrativa apresentada. Já o advogado de Barbosa alegou que ele nunca teve contato com supostos mandantes do crime e que não há registro de recebimento de valores provenientes de atos ilícitos.
Por: Ágatha Araújo
Foto: reprodução/TV Globo