Ministro da Defesa da Argentina busca parceria global com OTAN

O ministro da Defesa do governo de Javier Milei, Luis Petri, anunciou nesta quinta-feira (18), que enviou uma carta à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), solicitando que a Argentina se torne uma “parceira global” da aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Em sua conta no X (ex-Twitter), Petri afirmou que o objetivo é fortalecer os laços e modernizar as forças argentinas de acordo com os padrões da OTAN, após uma reunião com Mircea Geoana, vice-secretário-geral da organização.

O governo de Milei foi alvo de críticas no início da semana por ter montado um comitê de crise para discutir o conflito entre Irã e Israel, considerado excessivo por alguns comentaristas argentinos. No entanto, Petri não participou dessas reuniões, optando por viajar para Bruxelas com o intuito de negociar um lugar estratégico para a Argentina na aliança.

A OTAN atualmente conta com 32 membros, incluindo Suécia e Finlândia, que se uniram recentemente. Além disso, mantém parcerias globais com cerca de 40 países e organizações internacionais, visando fortalecer a segurança além do Atlântico Norte. Entre os parceiros estão países como Austrália, Japão, Coreia do Sul, Paquistão, Emirados Árabes, Bahrein, Qatar e Israel. Na América Latina, apenas a Colômbia possui esse status.

A parceria implica em cooperação em diversos setores, desde a luta contra o terrorismo até questões relacionadas às mudanças climáticas. Os países parceiros podem receber apoio para o desenvolvimento de suas instituições e forças de defesa, participação em missões de paz, além de exercícios e treinamentos militares.

Petri destacou que a Argentina busca cooperar com a OTAN em áreas como ciberdefesa, combate à desinformação e segurança marítima. O pedido argentino foi apresentado dias após o ministro da Defesa firmar um acordo para a compra de 24 caças F-16 da Dinamarca, no valor de US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão), visando fortalecer a capacidade de defesa do país frente a potenciais ameaças.

Entretanto, o custo dos aviões foi criticado por alguns argentinos nas redes sociais, especialmente diante do contexto de aumento da pobreza e ajustes econômicos. Para Petri, os caças serão essenciais para garantir uma resposta rápida diante de qualquer ameaça, substituindo os antigos Mirage que desempenharam essa função por mais de 40 anos.

A iniciativa de Milei evoca os esforços do ex-presidente argentino Carlos Menem para aderir à OTAN nos anos 90, quando expressou o desejo de manter “relações carnais” com os Estados Unidos. No entanto, o pedido de adesão foi rapidamente rejeitado pela aliança, principalmente devido à questão geográfica, já que a Argentina está localizada no Atlântico Sul, conforme destacado na época pelo então secretário-geral da OTAN, Javier Solana.

 

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