Ilha da Trindade apresenta sinais de recuperação após décadas de degradação ambiental

Estudo de pesquisadores do Museu Nacional, publicado nesta semana, mostra que a Ilha da Trindade, localizada a mais de mil quilômetros do Espírito Santo, apresenta sinais de recuperação em seu ecossistema. A pesquisa, que analisou dados entre 1994 e 2024, explica como ações humanas, como a introdução de cabras, causaram impactos severos na vegetação local e como a preservação contínua é essencial para a restauração ambiental.

Durante os 30 anos de observação, os cientistas notaram que o crescimento populacional das cabras, sem predadores naturais, aliado a condições climáticas como vento e seca, acelerou a perda de espécies nativas. Apesar disso, o estudo identificou que áreas de floresta e vegetação vêm mostrando aumento nos últimos anos, o que sinaliza um caminho possível para a recuperação do ambiente, desde que haja ações firmes de proteção e controle de espécies invasoras.

“As ilhas merecem a nossa atenção e cuidado por apresentarem ecossistemas delicados, nos quais muitas vezes encontramos espécies nativas que não são vistas em outros locais”, destacou o professor Nílber Gonçalves, um dos responsáveis pela pesquisa.

O trabalho reforça que, mesmo com os desafios, é possível restaurar áreas degradadas com planejamento, vigilância constante e respeito ao equilíbrio natural de ecossistema.

Por: João Pena
Foto: Divulgação