Lula e Congresso não cedem sobre IOF faltando uma semana da reunião no STF

Faltando uma semana para a audiência de conciliação no STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e membros do Congresso Nacional sinalizam que estão pouco dispostos a ceder na crise do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

A audiência de conciliação está agendada para a próxima terça-feira (15). Não se espera que toda a questão seja resolvida nesta primeira reunião. Mas que uma solução seja debatida ao longo do tempo, inclusive para que entendam o quanto cada um está disposto a ceder.

Lula afirmou que se encontrará com Jorge Messias, o advogado-geral da União. Até quarta-feira (9), contudo, ele indicou interesse em receber os líderes da Índia e da Indonésia em Brasília.

É esperado que Lula também se reúna com a cúpula do Congresso ao lado dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Mesmo assim, em fala a jornalistas, em público, Lula não arredou o pé.

“Eu não estou participando de nenhuma mesa de conciliação. Veja, nós mandamos uma proposta para o Congresso. E o Congresso resolveu fazer uma coisa, na minha opinião, totalmente inconstitucional. Porque decreto é uma prerrogativa do governo, do Executivo”, declarou.

Oficialmente, é a AGU (Advocacia-Geral da União) que representa o governo na tentativa de mediação.

Enquanto isso, membros do governo e aliados têm dobrado a aposta no discurso de “nós contra eles” e da taxação BBB bilionários, bets e bancos.

Levantamento da Quaest aponta que, nas redes sociais, 61% das 4,4 milhões de menções ao IOF criticaram o Congresso, enquanto apenas 11% desaprovaram o governo. A disputa entre Executivo e Legislativo se intensificou, com críticas de parlamentares ao tom da comunicação do Planalto, considerado eleitoreiro e de “ódio de classe”.

A oposição na Câmara quer ouvir o ministro da Secom, Sidônio Palmeira. Já o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), foco de críticas da base governista, mantém posição crítica, mas aberta ao diálogo.

Por: Carolina Sepúlveda 

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil