Rússia lança maior ataque aéreo contra Ucrânia desde início da guerra e fere dezenas em Kiev

Na madrugada de 4 de julho de 2025, a Rússia desencadeou o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerra, lançando 539 drones e 11 mísseis ao longo de uma ofensiva que durou quase sete horas . Kiev foi o principal alvo, com diversos bairros atingidos, além de danos à infraestrutura ferroviária, incêndios em edifícios residenciais e pelo menos 23 pessoas feridas, 14 delas hospitalizadas.
Segundo as autoridades ucranianas, as defesas aéreas derrubaram centenas dos drones e mísseis, cerca de 478. Os alvos incluíram drones Shahed de fabricação iraniana e mísseis hipersônicos Kinzhal e balísticos Iskander-M (ou variantes KN-23).
O ataque ocorreu poucas horas depois de uma ligação telefônica entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversa essa que Trump definiu como “sem avanços” para um cessar-fogo. O momento sugere um possível recado estratégico de Putin, segundo analistas e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que classificou a ofensiva como “deliberadamente massiva e cínica”.
Além de Kiev, outras regiões, como Dnipro, Sumy, Kharkiv e Chernihiv, também sofreram ataques. Em retaliação, a Ucrânia realizou um ataque com drones contra instalações russas, incluindo um subestação elétrica perto de Moscou, resultando em feridos .
A ofensiva intensificada ocorre num contexto em que os EUA suspenderam temporariamente o envio de sistemas de defesa aérea Patriot e outras armas essenciais para a Ucrânia, em razão de preocupações sobre os estoques internos. Autoridades ucranianas, inclusive Zelensky e seu ministro de Relações Exteriores Andrii Sybiha, fizeram um apelo urgente por sanções mais duras contra Moscou e reforço imediato das defesas antiaéreas por parte dos aliados ocidentais.
Por: Carolina Sepúlveda
Foto: Handout / STATE EMERGENSY SERVICE OF UKRAINE / AFP