Dólar cai e Bolsa sobe com entrada de capital estrangeiro e bons sinais dos EUA

Nesta quinta-feira (3), os investidores nos mercados brasileiro celebraram uma combinação rara de fatores: a bolsa registrou um salto histórico, enquanto o dólar operou no menor patamar em mais de um ano. O Ibovespa fechou em alta de 1,35%, chegando aos 140.927 pontos, superando o recorde anterior de 140.110, alcançado em 20 de maio de 2025  . Já a moeda americana recuou 0,29%, cotada a R$ 5,40, o valor mais baixo desde 11 de junho de 2024, quando estava em R$ 5,36  .

Esse desempenho positivo não ficou restrito ao Brasil. Nos Estados Unidos, os principais índices de ações também fecharam em alta: o S&P registrou ganho de 0,83%, o Dow Jones subiu 0,77%, e o Nasdaq, com forte apelo em tecnologia, avançou 1,02%, ambos batendo novas máximas históricas  . O principal catalisador por trás desse otimismo global foram os dados robustos do mercado de trabalho americano: em junho, foram criadas 147 mil vagas, bem acima das 110 mil esperadas  . Essa leitura reforça a percepção de que a economia dos EUA segue resiliente, afastando temores de recessão.

Além disso, a combinação de dados positivos e o ambiente externo favorável trouxe um fluxo renovado de capital para países emergentes, especialmente o Brasil. Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, avalia que o crescimento consistente do emprego nos EUA atraiu volume de investimento global, reforçando a alta dos ativos, incluindo a bolsa brasileira  . Já Luciano Costa, da Monte Bravo, observa que a valorização do real diante do dólar e de outras moedas emergentes indica uma entrada sólida de recursos estrangeiros, impulsionada por uma rotação de portfólios que busca ativos com retorno mais atrativo  .

Por fim, destaca-se o impacto do dólar mais fraco no dia a dia da economia. Um câmbio mais baixo reduz pressões sobre preços, como combustíveis e importados, podendo contribuir para controlar a inflação. Já o Ibovespa alto reflete otimismo em relação ao cenário fiscal e empresarial, com investidores antecipando resultados positivos de empresas brasileiras à medida que o ambiente macroeconômico se consolida.

Por: Carolina Sepúlveda 

Foto: Roslan RAHMAN / AFP