Governo do RJ lança aplicativo contra roubos de celular e gera atrito com governo federal, que tem ferramenta com mesmo nome

O lançamento do aplicativo Celular Seguro RJ pelo governo estadual do Rio de Janeiro causou desconforto no Ministério da Justiça, que já possui uma ferramenta federal com o mesmo nome e funcionalidades mais abrangentes. A versão fluminense, apresentada como solução para combater furtos e roubos de aparelhos, tem capacidades limitadas em comparação ao sistema nacional, lançado em 2023 e atualizado recentemente.

Enquanto o aplicativo federal permite bloquear apps financeiros, linha telefônica e o próprio aparelho, além de rastrear celulares em todos os estados, a versão carioca se restringe a consultas de IMEI apenas com base em boletins de ocorrência do Rio. Outra diferença crucial é que o sistema nacional envia alertas automáticos via WhatsApp quando um celular roubado é reativado em qualquer lugar do país, recurso ausente no app estadual.

O Ministério da Justiça já havia consolidado um cadastro nacional com mais de 3 milhões de registros, integrando dados da Anatel e boletins eletrônicos de múltiplos estados. Já a plataforma do RJ opera com uma base local, o que significa que um aparelho furtado em outro estado e revendido no Rio não seria identificado como irregular.

A sobreposição de nomes e a disparidade de recursos levantaram questões sobre a necessidade de um aplicativo paralelo, especialmente quando o governo federal oferece uma solução mais completa. O governo fluminense defendeu sua iniciativa como um complemento às ações de segurança, mas especialistas questionam a eficácia de sistemas fragmentados no combate a um crime que frequentemente envolve quadrilhas interestaduais.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução/Rafael Campos