André Griffo realiza sua primeira individual no Rio com exposição no Paço Imperial

O Paço Imperial inaugura neste sábado (14), a exposição Alto Barroco, primeira individual do artista André Griffo em uma instituição no Rio de Janeiro. A mostra reúne mais de 50 obras produzidas ao longo de 14 anos de carreira, entre pinturas e instalações, muitas delas inéditas. Com curadoria de Juliana Gontijo, a exposição ocupa o pátio principal, três salões do primeiro andar e dois salões do segundo pavimento do Paço Imperial.
Segundo a curadora, a proposta não é apresentar a trajetória do artista de forma cronológica, mas aproximar obras de diferentes momentos por meio de temas que atravessam sua produção. Estarão expostos trabalhos como Back to Olympia (2017), Sala dos provedores (2018), O Vendedor de Miniaturas (2021), além de duas pinturas inéditas e outras pertencentes a coleções particulares.
Conhecido pelas pinturas de grandes dimensões, Griffo também apresentará na exposição técnicas e suportes variados, incluindo instalações. Formado em Arquitetura e Urbanismo, o artista iniciou sua produção visual explorando a tensão entre máquinas e fragmentos de corpos, migrando posteriormente para uma investigação pictórica centrada na arquitetura e, mais recentemente, revisitando a história da arte para discutir temas como religião, poder e violência.
“A religião é um tema central no meu trabalho, abordando como ela foi e ainda é utilizada como instrumento de controle, desde o Brasil colonial até a união de milícias com igrejas evangélicas em algumas regiões urbanas”, explica o artista. Já a curadora destaca o caráter crítico e complexo das obras, que dialogam com questões de colonialismo, patriarcado e história da arte.
Logo na entrada do Paço, o público poderá ver a instalação Predileção por alegorias – andaimes (2015), uma estrutura de 7,5 metros de altura formada por andaimes de ferro com arcos góticos, estabelecendo um diálogo entre arquitetura moderna e medieval. As salas seguintes apresentam obras de diferentes fases, como Um altar consagrado, Barroco Vazio (2014) e A supressão do santo pelo ornamento (2018), além de trabalhos mais recentes, como The 80’s (2024) e O Massacre dos Inocentes (2023), que mesclam referências religiosas com críticas sociais contemporâneas.
No segundo andar estarão reunidas obras do início da carreira de Griffo, incluindo as primeiras experiências com os arcos góticos e instalações como A materialização do canto da Mãe da Lua (2022), inspirada na lenda que associa o canto do pássaro a maus presságios. Também estarão em exibição obras como O poder e a glória do pecado (2019) e a série dos Ranieris, com uso de folhas de ouro em figuras demoníacas, subvertendo o uso tradicional do material na arte sacra.
Sobre o artista
André Griffo nasceu em Barra Mansa, em 1979, e vive no Rio de Janeiro. Realizou exposições individuais no Brasil e no exterior, com destaque para mostras na Galeria Nara Roesler (São Paulo e Nova York), no Centro Cultural São Paulo e no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Suas obras integram importantes coleções públicas e privadas, como o Denver Art Museum (EUA), Kistefos Museum (Noruega), Museu de Arte do Rio e Instituto Itaú Cultural.
Sobre a curadora
Juliana Gontijo é curadora, pesquisadora e professora adjunta na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutora em História e Teoria das Artes pela Universidad de Buenos Aires, tem extensa atuação em curadorias nacionais e internacionais, incluindo participações na Bienal Sesc_Videobrasil, Museu de Arte do Rio, Centro Cultural Banco do Brasil e Centro Nacional de Arte Contemporáneo Cerrillos, no Chile.
Serviço
Exposição: André Griffo – Alto Barroco
Abertura: 14 de junho de 2025, das 15h às 19h
Visitação: até 10 de agosto de 2025
Local: Paço Imperial – Praça XV de Novembro, 48, Centro, Rio de Janeiro
Horário: terça a domingo e feriados, das 12h às 18h
Entrada gratuita
Curadoria: Juliana Gontijo
Foto: Rafael Adorjan