CPI das Bets rejeita relatório final que indiciava empresários e influenciadores associados a apostas

O relatório final da CPI das Bets foi rejeitado nesta quinta-feira (12) por quatro votos a três, encerrando os trabalhos da comissão sob críticas de falta de foco, lobby das casas de apostas e denúncias de extorsão. A relatora Soraya Thronicke (Podemos-MS) prometeu encaminhar os dados coletados ao Ministério Público Federal.

A proposta pedia o indiciamento de 16 pessoas e sugeria medidas como a proibição do “jogo do tigrinho” e o reajuste anual da taxa paga pelas bets para operar no Brasil. A oposição ao texto alegou inconsistências, excesso de poder da relatora e prazos apertados. O senador Eduardo Gomes criticou a atuação de CPIs como “pirotecnia” e “demagogia”.

A comissão enfrentou dificuldades desde o início, com esvaziamento das reuniões, resistência a quebras de sigilo e denúncias de que um lobista ligado à relatora tentou extorquir empresários do setor. Apesar das acusações, representantes das maiores casas de apostas escaparam de investigações mais profundas.

Senadores da chamada “bancada das bets”, ligados ao ex-ministro Ciro Nogueira, manobraram para impedir o avanço do relatório. A CPI será oficialmente encerrada em 14 de junho, sem encaminhamento formal das acusações.

Por: Beatriz Queiroz
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