Polícia Civil realiza operação no Complexo de Israel para prender 44 traficantes; quatro pessoas ficaram feridas

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou, na manhã desta terça-feira (10), uma grande operação no Complexo de Israel, na Zona Norte da cidade, com o objetivo de cumprir 44 mandados de prisão contra integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP). A ação é resultado de sete meses de investigação e levou ao fechamento temporário da Avenida Brasil e da Linha Vermelha, causando impactos significativos no trânsito, transporte público, saúde e educação.

Até o início da tarde, 20 suspeitos haviam sido presos e oito fuzis apreendidos. O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, destacou que muitos dos alvos da operação não tinham antecedentes criminais, mas foram identificados como integrantes ativos do tráfico nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau, áreas que compõem o chamado Complexo de Israel.

Durante a operação, houve intenso tiroteio e ao menos quatro civis foram baleados. Um idoso foi atingido dentro de um ônibus na Avenida Brasil, um motorista de coletivo foi ferido na Linha Vermelha, um passageiro foi baleado em Duque de Caxias e outro homem foi ferido ao tentar socorrer uma senhora no Centro do mesmo município.

Impactos nos serviços públicos:

Transporte:
Pelo menos 50 linhas de ônibus foram afetadas, segundo o Rio Ônibus. O funcionamento dos trens da SuperVia também foi comprometido no Ramal Saracuruna, e a operação dos BRTs sofreu alterações com intervalos irregulares.

Educação:
A Secretaria Municipal de Educação informou que 21 escolas foram impactadas. A rede estadual também precisou fechar uma unidade, e a UFRJ suspendeu provas e presença obrigatória nos campi.

Saúde:
Quatro unidades de saúde da região foram afetadas. Duas precisaram suspender completamente o atendimento, enquanto as demais interromperam as visitas domiciliares.

Alvo da operação:
O grupo investigado seria liderado por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”, um dos traficantes mais procurados do estado. A polícia aponta que o TCP atua com métodos de intimidação como barricadas, uso de drones para monitoramento, toque de recolher e queima de ônibus para dificultar ações das forças de segurança. Também foi identificado um núcleo especializado em ataques a aeronaves.

Situação atual:
As vias foram reabertas por volta das 13h30, mas o trânsito ainda é intenso. A cidade chegou a ser colocada no Estágio 2 pelo Centro de Operações e Resiliência, indicando risco de impacto significativo na rotina da população.

 

Foto: Reprodução TV Globo