Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, nega plano de golpe e irregularidades nas urnas em depoimento ao STF

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres prestou depoimento nesta terça-feira (10) à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento que apura a existência de um plano golpista para reverter o resultado da eleição presidencial de 2022. Torres é um dos oito réus apontados como integrantes do “núcleo 1”, considerado o centro da articulação antidemocrática.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-ministro teria atuado para favorecer ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com o objetivo de dificultar o voto de eleitores contrários ao então presidente Jair Bolsonaro no segundo turno. A acusação menciona uma reunião com o então diretor da PRF, Silvinei Vasques, em 19 de outubro de 2022, para tratar de “policiamento direcionado” no dia da votação.
Outro ponto central da denúncia é a minuta de decreto golpista encontrada na casa de Torres, que previa intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com depoimento do ex-comandante do Exército Freire Gomes, o documento foi apresentado em reunião no Ministério da Defesa, em dezembro de 2022, quando já se discutia o fim do governo Bolsonaro.
Após deixar o ministério, Torres assumiu o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, que ocupava durante os atos de 8 de Janeiro. Ele estava nos Estados Unidos quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas em Brasília. Anderson Torres responde por organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e outros crimes.
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução/Pública