Israel intercepta navio com Greta Thunberg e ativistas que levavam ajuda humanitária à Gaza

A Marinha de Israel interceptou neste domingo (8) o navio Madleen, que transportava ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza. A bordo estavam 12 ativistas de diferentes nacionalidades, incluindo a sueca Greta Thunberg e a eurodeputada franco-palestina Rima Hassan. O grupo denuncia que foi “raptado em águas internacionais” e pede apoio de seus governos.

Segundo o Exército israelense, o navio foi desviado para o porto de Ashdod, no sul de Israel, após insistir em romper o bloqueio marítimo imposto a Gaza. A embarcação havia partido da Itália em 1º de junho com o objetivo de levar alimentos e suprimentos à população palestina.

A Coligação da Flotilha da Liberdade, que cedeu o barco, relatou ter perdido contato com a tripulação no momento da abordagem israelense. Em vídeo pré-gravado, Thunberg afirma: “Se virem este vídeo, fomos interceptados e raptados em águas internacionais”. O conteúdo foi divulgado nas redes sociais da organização, que desde 2010 realiza ações marítimas em apoio à Palestina.

O governo israelense nega qualquer ilegalidade e acusa o grupo de “encenar uma provocação midiática”. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que os ativistas estão recebendo assistência e que deverão retornar aos seus países de origem.

A interceptação gerou forte reação internacional. O Irã classificou a ação como “pirataria”, enquanto a Turquia denunciou “violação flagrante do direito internacional”. A França afirmou que está empenhada em garantir o retorno dos seis cidadãos franceses presentes na embarcação.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Thunberg e os demais ativistas estão apenas “em busca de autopromoção”. Já o ministro da Defesa, Israel Katz, reforçou que o bloqueio visa impedir a entrada de armamentos destinados ao Hamas, classificado por Israel como grupo terrorista.

O cerco à Faixa de Gaza, porém, tem agravado a crise humanitária na região, impedindo o acesso a itens básicos como alimentos e medicamentos. Ataques recentes nas imediações dos centros de distribuição de ajuda têm dificultado ainda mais o socorro à população civil.

 

Foto: Reprodução X/ France 24