Descoberta sobre células-tronco no leite materno reforça importância da amamentação

Uma descoberta científica apresentada no congresso da Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica, Hepatologia e Nutrição (ESPEGHAN) está revolucionando a compreensão sobre o leite materno. Pesquisadores identificaram a presença de células-tronco em sua composição, com potencial de armazenamento por congelamento para uso futuro no próprio paciente. O achado abre novas perspectivas terapêuticas, reforçando o valor biológico e médico do leite materno além de sua já reconhecida importância nutricional.
Considerada um marco pela comunidade científica, a descoberta evidencia que o leite materno pode se tornar uma ferramenta valiosa na medicina regenerativa, com aplicações potenciais ao longo da vida do indivíduo. O leite passa a ser visto não apenas como alimento, mas também como um recurso de alta relevância terapêutica.
No entanto, o incentivo à amamentação ainda enfrenta desafios. Dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI 2024) mostram que apenas cerca de 47% das mães brasileiras mantêm a amamentação, um índice considerado preocupante por especialistas da área.
O médico pediatra Antonio Carlos Turner, diretor técnico da Rede de Clínicas Total Kids, destaca que a descoberta reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes e campanhas de conscientização.
“Essa revelação sobre as células-tronco no leite materno reforça a importância inestimável do aleitamento materno e nos impele a redobrar nossos esforços para apoiar e educar as mães sobre seus benefícios”, afirma o especialista, que é pós-graduado em Nutrologia Pediátrica pela Boston University.
Turner classifica o leite materno como um verdadeiro “ouro líquido”, não apenas por sua composição nutricional, mas agora também por seu potencial terapêutico.
“É fundamental reverter a baixa adesão à amamentação no país, garantindo que mais crianças possam se beneficiar plenamente desse recurso único”, conclui.
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