EUA anunciam restrição de vistos para estrangeiros ‘cúmplices na censura de americanos’

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta quarta-feira que o país vai restringir a entrada de estrangeiros que, segundo o governo, estejam envolvidos em atos de censura contra cidadãos americanos. A medida, divulgada por Rubio na rede social, X, será aplicada contra autoridades e pessoas que tenham contribuído para multar, ameaçar ou perseguir americanos por se expressarem online. O motivo da decisão, segundo o secretário, é proteger a liberdade de expressão, vista como um direito fundamental dos Estados Unidos.
Rubio afirmou que já existem casos de americanos que foram acusados por governos estrangeiros apenas por postagens feitas nas redes sociais, mesmo quando estavam nos Estados Unidos. Ele também criticou ações de autoridades que tentam forçar empresas de tecnologia americanas a seguir regras de censura que ultrapassam os limites dos próprios países. Para ele, esse tipo de atitude representa uma ameaça à soberania dos Estados Unidos e precisa ser enfrentada com firmeza.
Apesar do tom firme na declaração, Marco não revelou quem seriam os alvos diretos das novas regras nem quando as restrições começarão a valer. Ele apenas disse que a política se baseia em uma ler americana que permite barrar a entrada de qualquer estrangeiro que represente risco para a política externa do país. Ainda de acordo como comunicado, membros da família dessas pessoas também podem ser afetados.
A fala do secretário de Estado acontece num momento em que o governo dos EUA intensifica críticas contra leis e decisões internacionais vistas como censura. Recentemente, o nome do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal do Brasil, foi citado por parlamentares americanos como possível alvo de sanções. Isso porque Moraes já teve desentendimentos com a plataforma X, o que levantou acusações de abuso de poder por parte de setores políticos ligados ao ex-presidente, Jair Bolsonaro.
No mesmo dia do anúncio, Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente brasileiro, comemorou a decisão dos EUA nas redes sociais. Eduardo, que está nos Estados Unidos desde março, tem feito críticas públicas a integrantes do STF e diz buscar apoio para sanções internacionais. Ele é investigado no Brasil em um inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado e por suposta difamação contra uma disputa federal.
Por: João Pena
Foto: Reprodução / Internet – GettyImages