Morre Sebastião Salgado, referência mundial na fotografia documental, aos 81 anos

Morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, o fotógrafo Sebastião Salgado, referência mundial na fotografia documental. Mineiro de Conceição do Capim, Salgado transformou o fotojornalismo ao retratar injustiças sociais e populações marginalizadas em imagens marcadas pelo preto e branco, forte apelo estético e profundo conteúdo humanitário. A informação foi confirmada por fonte próxima à família.
Formado em economia, Salgado deixou a carreira internacional para se dedicar à fotografia. Trabalhou em importantes agências como Magnum e Gamma, cobriu conflitos e crises humanitárias ao redor do mundo e enfrentou, ao longo da vida, sequelas de uma mina terrestre e doenças como malária. Com sua esposa, Lélia Wanick Salgado, fundou o Instituto Terra, voltado à restauração ambiental, e também criou sua própria agência para preservar o controle curatorial de seus projetos autorais.
Obras como “Trabalhadores, Êxodos, Gênesis, Terra e Amazônia” consolidaram sua trajetória. Em 2024, uma de suas fotos, feita em 1986 no garimpo da Serra Pelada, foi incluída pelo New York Times entre as 25 imagens que definem a era moderna. O jornal destacou a escala monumental e o impacto visual da imagem, capturada após 35 dias de convivência com os garimpeiros.
Salgado também teve a trajetória retratada no premiado documentário “O Sal da Terra” (2015), dirigido por Wim Wenders e Juliano Ribeiro, seu filho. Até o momento de sua morte, seguia ativo, com uma retrospectiva em exibição na França e outra recém-inaugurada em Londres, celebrando seus 50 anos de carreira.
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução/Portal Tela