Casal morre no mesmo dia após 74 anos de união em Votuporanga

Odileta Pansani de Haro e Paschoal de Haro morreram no dia 17 de abril, em Votuporanga, interior de São Paulo, com dez horas de diferença, dois dias depois de comemorarem 74 anos de casamento. Eles estavam em casa, no mesmo quarto, e partiram de forma serena, como viveram. O casal, que se conheceu ainda na juventude, morreu como sempre desejaram: juntos. A despedida comoveu a cidade e emocionou a família, que testemunhou uma história de amor rara e duradoura.

A história de Odileta e Paschoal começou em uma praça, com um gesto simples, mas marcante: uma correntinha que caiu no braço dela, como se o destino já desse seu primeiro sinal. Depois disso, vieram as cartas, os encontros e o casamento na fazenda dos pais dela. A união cresceu, deu frutos, e o amor só se fortaleceu com o tempo, mesmo diante dos desafios da vida.

Paschoal passou a cuidar da esposa após ela desenvolver Alzheimer, e mesmo lutando contra um câncer, desejava que Deus os levasse juntos. O pedido foi atendido. Ela partiu pela manhã, ele no fim da tarde. Emocionados, os filhos, netos e bisnetos recordam o último aniversário de casamento, celebrado dois dias antes, repleto de afeto, como todos os outros momentos vividos por eles.

A dedicação que tinham um pelo outro transbordava para todos ao redor. Juntos, fundaram uma entidade solidária, ajudando mães e pessoas em situação de vulnerabilidade. A presença de ambos era sinônimo de acolhimento. O amor que cultivaram por sete décadas se transformou em legado e inspiração para quem ficou. Como diz o genro, eram mais que marido e mulher: eram almas gêmeas.

Por: João Pena
Foto: Reprodução / Instagram / Arquivo Pessoal