Uso de aplicativos de relacionamento aumenta procura por procedimentos estéticos

Pesquisa publicada nesta semana no periódico “Computers” in “Human Behaviour” mostrou que mulheres que usam aplicativos de relacionamento têm mais tendência a realizar procedimentos estéticos, segundo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Sul da Austrália, que avaliou 308 voluntárias entre 18 e 72 anos para entender como a tecnologia influencia o comportamento.

Entre as participantes que usaram esses apps nos dois anos anteriores, uma em cada cinco já havia feito algum tipo de intervenção estética, como preenchimentos faciais ou cirurgias plásticas. A pressão para atender a padrões de beleza, alimentada também pelo uso de filtros e pela manipulação de imagens nas redes sociais, pode provocar insatisfação com a própria imagem, afetar a autoestima e até contribuir para quadros de ansiedade e depressão.

Para a dermatologista Barbara Miguel, do Hospital Israelita Albert Einstein, os consultórios já refletem essa busca por uma aparência idealizada, muitas vezes irreal. Segundo ela, é essencial uma conversa franca entre médico e paciente para alinhar expectativas. “Muita gente procura resultados que só existem nas redes, com filtros. Precisamos trazer isso para a realidade”, afirma.

A médica reforça que o problema não está em fazer os procedimentos, mas nas razões que levam à decisão. Intervenções feitas para agradar aos outros ou por influência externa podem causar frustração e, em alguns casos, até danos à saúde. A principal recomendação é procurar sempre profissionais habilitados, investigar as credenciais e jamais escolher com base apenas na popularidade online. Cuidar da autoestima também envolve reconhecer limites e fazer escolhas por si, não pelos outros.

Por: João Pena
Foto: Reprodução / Internet