Estudo aponta que alimentos ultraprocessados podem aumentar risco de doença de Parkinson

Pesquisadores dos Estados Unidos e da China revelaram, nesta quarta-feira, um estudo publicado na revista Neurology, que pessoas que consomem grandes quantidades de alimentos ultraprocessados têm maior probabilidade de desenvolver os primeiros sinais da doença de Parkinson. A pesquisa sugere uma associação entre o consumo desses produtos e manifestações iniciais da condição neurodegenerativa, embora a relação direta ainda precise ser investigada.

A pesquisa analisou dados de quase 43 mil profissionais de saúde americanos, acompanhados ao longo de décadas, e concluiu que os participantes que consumiam mais alimentos ultraprocessados, como refrigerantes e carnes processadas, tinham 2,5 vezes mais chances de apresentar sintomas iniciais da doença de Parkinson, como constipação e dificuldade em sentir cheiros. Essa descoberta adiciona mais uma preocupação sobre os efeitos negativos de uma dieta rica em produtos industriais processados, já associados a várias doenças como diabetes e doenças cardíacas.

Embora o estudo não prove a causa direta da doença de Parkinson, ele destaca a importância de investigar a relação entre a alimentação e a saúde cerebral, conforme explica a neurologista Silke Appel Cresswell. Ela ressalta que, embora o estudo tenha limitações, ele representa um passo importante para entender os fatores de risco da doença, especialmente considerando a complexidade da condição e a necessidade de mais intervenções preventivas.

Os pesquisadores sugerem que a eliminação dos alimentos ultraprocessados da dieta, em favor de alimentos integrais, como frutas e vegetais, pode ter benefícios não apenas para o cérebro, mas também para a saúde cardiovascular. A especialista Puja Agarwal reforça que uma alimentação mais saudável pode impactar positivamente várias áreas do corpo, e não apenas o sistema nervoso, reduzindo o risco de outras doenças crônicas.

Por: João Pena
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