Dormir com pets vira tendência e divide opiniões entre afeto e riscos à saúde

Uma prática cada vez mais comum entre tutores de animais de estimação tem gerado debate entre especialistas e donos: o hábito de dormir com seus pets, que ganhou força nos últimos anos em diversos países, especialmente onde cães e gatos são considerados parte da família, como forma de afeto e segurança, mas também por provocar preocupações com higiene e qualidade do sono.
Entre os principais argumentos de quem permite que os animais durmam na cama estão o conforto emocional, a sensação de proteção e o fortalecimento do vínculo. Especialistas em comportamento animal, como a veterinária María Virginia Ragau Santos, defendem que essa convivência próxima pode ser benéfica, já que cães são seres sociais por natureza e a presença constante do tutor reforça laços afetivos e reduz o estresse.
No entanto, instituições como o Instituto Europeu do Sono alertam para os riscos à saúde, como possíveis infecções e distúrbios no ritmo do sono. Crianças, grávidas e pessoas imunocomprometidas estariam mais vulneráveis a esses efeitos. Ainda assim, estudos mostram que, para a maioria dos donos, os benefícios emocionais superam os riscos físicos, especialmente quando há higiene e cuidados veterinários regulares.
Pesquisas feitas nos Estados Unidos revelaram que mais da metade dos donos entrevistados dormem com seus animais no quarto e relataram que isso não prejudica o sono — e até melhora. Ainda assim, quando o animal dorme sobre a cama, a qualidade do descanso pode diminuir. Para evitar conflitos, especialistas recomendam que o pet tenha sua própria caminha, mesmo que durma próximo ao tutor, promovendo conforto e autonomia ao animal.
Por: João Pena
Foto: Reprodução / Internet