Escola de Artes Visuais cogita deixar Parque Lage por excesso de turistas

A Escola de Artes Visuais do Parque Lage, instalada há cerca de 50 anos no casarão histórico do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, estaria considerando mudar de sede ainda em 2025, diante do aumento constante do fluxo de turistas no local, o que estaria afetando as atividades acadêmicas e provocando a evasão de alunos, segundo relatos divulgados pela imprensa carioca.
O Parque Lage recebeu cerca de um milhão de visitantes no ano passado, atraídos pelo acesso gratuito, paisagens exuberantes e pela presença de um bistrô popular. Esse volume de turistas transformou o espaço em um dos mais procurados do Parque Nacional da Tijuca, gerando um ambiente difícil para o funcionamento cotidiano da escola. Professores relataram incômodo com a falta de concentração e a perda da atmosfera criativa original do espaço.
Nos bastidores, circula a possibilidade de transferência da escola para Manguinhos, na Zona Norte, embora nada tenha sido oficialmente confirmado. Enquanto isso, parte do acervo da EAV, como biblioteca e mobiliário, já tem destino provisório: um galpão no bairro do Rocha. Isso acontece paralelamente ao anúncio da restauração do casarão tombado, projetado em 1920, com obras orçadas em mais de R$ 20 milhões e previsão de conclusão em até 480 dias.
Se a mudança for efetivada, o Parque Lage passará a operar exclusivamente como ponto turístico, o que gera sentimentos divididos entre alunos, artistas e moradores. Muitos lamentam a possível perda de um símbolo cultural e educacional que, por décadas, formou gerações de artistas em um dos cenários mais inspiradores da cidade.
Por: João Pena
Foto: Reprodução / Parque Lage