IBGE volta a mostrar mapa-múndi com Brasil no centro e hemisfério Sul no topo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (7), uma nova versão do mapa-múndi, com o Brasil posicionado no centro e o hemisfério Sul no topo. O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, afirmou que o lançamento busca ressaltar a liderança do Brasil em fóruns internacionais como o BRICS e a COP 30. A mudança gerou discussões sobre o impacto educacional e a visão geográfica proposta pelo instituto.

Este lançamento não é a primeira tentativa do IBGE de reposicionar o Brasil em destaque no mapa-múndi. Em abril de 2024, o instituto já havia lançado uma versão do mapa com o país em destaque, porém, com a orientação tradicional. Contudo, aquela edição foi criticada por erros técnicos, como imprecisões sobre períodos geológicos e a separação dos continentes, o que levou o IBGE a emitir uma errata. Agora, a nova versão traz uma configuração mais ousada e com um significado simbólico, buscando destacar a importância global do Brasil.

A proposta de inverter o mapa, com a centralização do Brasil, gerou reações mistas. Para alguns especialistas, pode causar confusão entre estudantes, enquanto outros defendem que a mudança é uma forma de promover uma “descolonização visual” no conhecimento geográfico, rompendo com a tradição eurocêntrica. Esse movimento ocorre em meio a críticas à gestão de Márcio Pochmann à frente do IBGE, acusada de práticas centralizadoras e de interferência política no órgão, além de gerar desconforto entre os funcionários do instituto.

Por: João Pena
Foto: Reprodução / IBGE