Marinho diz que jornada 6×1 é ‘cruel’ e que governo é favorável a uma transição gradual para modelo 5×2

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira (8) que o Brasil está pronto para discutir a redução da jornada de trabalho. Durante audiência na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, ele defendeu o fim da escala de seis dias de trabalho por um de descanso (6×1) e propôs a adoção do modelo 5×2, com dois dias de folga por semana.

“Acredito que é possível reduzir a jornada máxima. O 6×1 é cruel”, disse o ministro, destacando que o modelo atual impacta principalmente os trabalhadores do comércio.

Segundo Marinho, o governo é favorável a uma transição gradual, com ajustes negociados por meio de convenções coletivas, especialmente em setores que funcionam todos os dias do ano. Ele também citou o aumento de problemas psíquicos entre trabalhadores como consequência das jornadas prolongadas e de ambientes hostis.

Atualmente, a jornada semanal é de até 44 horas no Brasil. Marinho defende a redução para 40 horas semanais e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoia o debate.

A discussão sobre o tema também avança no Congresso por meio de propostas como a PEC apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que prevê mudanças nas regras da jornada de trabalho.

Com a crise no INSS, o governo tem apostado em pautas com apelo popular para recuperar a imagem pública. Além da jornada de trabalho, também há esforço para acelerar a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil