Castro defende penas mais duras para policiais ligados ao crime: ‘Pior que o vagabundo da rua’

Durante a entrega de novas viaturas para a Polícia Militar, nesta terça-feira (6), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), defendeu o endurecimento das punições para policiais que cometem crimes, especialmente os envolvidos com o tráfico de drogas e armas. A fala ocorre em meio a uma investigação da Polícia Federal que expõe relações entre integrantes da PM e Phillip da Silva Gregório, o “Professor”, apontado como um dos chefes do Comando Vermelho.
“Sou favorável que se tenha uma lei pra que haja um agravante de 10 vezes a pena pra esses vagabundos travestidos de policiais. Óbvio que, resguardando o devido processo legal, o policial, mais ainda, tem que ter”, declarou Castro.
A investigação, que faz parte da operação Dakovo, apura a compra de armamentos por facções criminosas no Paraguai e revela um histórico de interações entre policiais militares do Rio e o traficante. Em mensagens interceptadas pela PF, PMs negociam propinas e até ameaçam retomar operações em comunidades caso o valor semanal pago pelo criminoso não aumente.
Segundo a Polícia Federal, o diálogo entre “Professor” e os policiais ocorreu em fevereiro de 2022. Um dos trechos mostra os agentes reclamando da quantia paga pela facção:
“Esse valor tá baixo, vai ter que melhorar isso aí, senão não tem mais acordo”, diz um dos PMs.
Castro condenou veementemente esse tipo de relação entre policiais e criminosos e afirmou que a PM do Rio é “a corporação que mais pune os seus”.
“Se for constatado que ele é criminoso, ele é pior que o vagabundo que tá na rua. Ele tem que ser extirpado e tem que ser punido exemplarmente”, afirmou o governador. “Além disso, ainda tá manchando a honra de milhares de homens e mulheres honestos que dão a vida todos os dias pela população.”
As mensagens analisadas pela PF ainda revelam que, em março de 2023, um policial identificado como “Hulk” teria solicitado a devolução de um carro roubado, a pedido de uma coronel da PM. O veículo foi devolvido, com o traficante informando que a chave estava dentro do carro.
Castro reforçou que qualquer envolvimento de policiais com o crime organizado deve ser tratado com máxima severidade:
“Esses são os piores tipos de criminosos que existem.”
A investigação segue sob responsabilidade da Polícia Federal e da Corregedoria da PM. O Ministério Público também acompanha o caso.
Por: Maria Clara Corrêa
Imagem: Reprodução