Hugo Calderano deixa clube alemão e deseja equilibrar vida pessoal e tênis de mesa

Após conquistar a inédita Copa do Mundo em Macau, na China, o brasileiro Hugo Calderano, neste mês de abril, anunciou mudanças importantes em sua carreira. Ele deixará o clube alemão Ochsenhausen, onde atuou por onze anos, e pretende viver com mais equilíbrio entre o alto rendimento e o bem-estar pessoal. A decisão veio após uma sequência intensa de desafios e vitórias, motivada pelo desejo de manter a longevidade e a alegria no esporte.

Calderano protagonizou uma das maiores façanhas da história recente do tênis de mesa ao vencer os três melhores atletas do mundo, todos chineses, incluindo o número 1, Lin Shidong. O feito não apenas garantiu seu lugar no topo do pódio, mas teria sido o estopim para a renúncia do então presidente da Associação Chinesa de Tênis de Mesa, Liu Guoliang. O brasileiro se tornou o primeiro não asiático e não europeu a vencer o torneio desde sua criação.

Aos 28 anos, Calderano começa a trilhar um caminho de maior leveza. Quer passar mais tempo no Brasil, com as pessoas que ama, e até levar esse afeto com ele durante as competições. Diz que jogar solto e feliz influencia diretamente em sua performance. Mesmo com os olhos em Los Angeles-2028, ele busca agora um estilo de vida mais saudável, menos centrado apenas em sacrifícios.

Além da mudança de clube, o mesatenista também se despediu de sua equipe técnica pessoal. Dispensou treinadores e preparadores físicos com quem trabalhou por anos e está disposto a experimentar novos centros de treinamento e profissionais. Para o Campeonato Mundial, em maio, contará com o técnico da seleção brasileira, Thiago Monteiro, com quem teve boa conexão.

Ainda sem um plano totalmente definido, Calderano acredita que essa nova fase pode impulsionar sua trajetória até a próxima Olimpíada. Ele reforça que o título mundial na China não foi o auge, mas sim uma confirmação de que é possível sonhar mais alto. Seu desejo agora é seguir vencendo, equilibrando conquistas esportivas com qualidade de vida, e continuar a desafiar os gigantes chineses com alegria e autenticidade.

Por: João Pena
Foto: Divulgação / ITTF