Probióticos podem reduzir sentimentos negativos e melhorar humor, revela estudo

Uma nova pesquisa publicada na revista científica Mental Health Research revelou que o consumo diário de probióticos pode ajudar a diminuir sentimentos negativos, como ansiedade, estresse e fadiga. O estudo, conduzido por cientistas das universidades de Oxford (Inglaterra) e Leiden (Holanda), reforça a conexão entre intestino e cérebro, conhecida como “eixo intestino-cérebro”, e aponta que as chamadas “bactérias boas” podem ter papel importante na saúde mental.
Os testes envolveram jovens adultos saudáveis, que ingeriram probióticos por um mês e relataram diariamente como se sentiam. Os resultados mostraram que, em apenas duas semanas, já era possível perceber uma melhora no humor — tempo semelhante ao necessário para o início do efeito de antidepressivos. Diferente desses medicamentos, porém, os probióticos não interferiram nos sentimentos positivos, agindo apenas na redução das emoções negativas.
“A conexão intestino-cérebro fornece várias rotas pelas quais as bactérias no intestino podem influenciar como nos sentimos e nos comportamos”, explicou Katerina Johnson, uma das líderes do estudo. A pesquisa também observou que os participantes que consumiram probióticos tiveram maior facilidade em reconhecer emoções em expressões faciais.
Apesar dos avanços, as pesquisadoras destacam que os probióticos não substituem tratamentos tradicionais, como os antidepressivos. No entanto, acreditam que, futuramente, esses compostos possam ser usados como uma forma de intervenção precoce para prevenir o agravamento de distúrbios emocionais.
“Às vezes, as perguntas mais simples revelam as respostas mais significativas”, disse Laura Steenbergen, coautora do estudo, ao comentar que os questionários diários foram mais eficazes que os testes psicológicos tradicionais para captar as mudanças no humor.
Os resultados reforçam a importância de olhar para o intestino não apenas como órgão digestivo, mas como uma peça-chave no equilíbrio emocional e no bem-estar psicológico.
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