Terapia nutricional para pessoas com TEA passa ser oferecida pelo SUS

Uma mudança na legislação, aprovada pelo presidente Lula nesta terça-feira (29), assegura que indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) sejam assistidos nutricionalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o novo decreto, que foi divulgado no Diário Oficial da União, a terapia nutricional será realizada por um profissional da saúde qualificado, fundamentada em protocolos clínicos e orientações terapêuticas.

O texto aprovado alterou a lei que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Lei 12.764, de 27 de dezembro de 2012), chamada de Lei Berenice Piana. Dessa forma, o acompanhamento nutricional se torna parte dos serviços oferecidos na rede pública.

Atualmente, é estimado que tenha cerca de 2 milhões de pessoas com TEA no Brasil, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Dentre os tratamentos disponibilizados pelo SUS para pessoas com o transtorno, estão incluídos terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicoterapia e acompanhamento médico com neurologistas e psiquiatras.

Um estudo divulgado na Revista da Associação Brasileira de Nutrição (Rasbran) indica que 53,4% dos jovens com o distúrbio apresentam seletividade alimentar, que se refere à preferência por um número restrito de alimentos. Isso ocorre porque o indivíduo autista tem dificuldade em aceitar novos sabores, texturas e cores, devido à sua sensibilidade sensorial e emocional.

A seletividade alimentar pode resultar em hábitos alimentares repetitivos que são deficitários em nutrientes. Com o passar do tempo, isso resulta em novos problemas de saúde, tais como obesidade, anemia e debilidade óssea. Assim, o profissional de saúde tem a capacidade de influenciar este comportamento através da terapia nutricional.

Ademais, exames nutricionais regulares podem identificar intolerâncias alimentares e também alergias.

Por: Carolina Sepúlveda 

Foto:  Reprodução