Pesquisa aponta que adolescentes veem redes sociais como ameaça à saúde mental

Estudo publicado nesta terça-feira (22) pelo Pew Research Center revelou que 48% dos adolescentes de 13 a 17 anos acreditam que as redes sociais afetam negativamente a saúde mental de pessoas da sua idade. O número representa um salto de 16 pontos percentuais em relação a 2022, indicando um aumento significativo na percepção dos riscos das plataformas digitais. A pesquisa ouviu 1.391 jovens e seus pais em todo os Estados Unidos.
Apesar da preocupação com o impacto coletivo, quando o foco é individual, a visão muda: apenas 14% dos adolescentes disseram que as redes sociais têm um efeito negativo em suas próprias vidas. A maioria (59%) considera o efeito neutro, e 27% enxergam as plataformas como positivas. A discrepância entre o que veem nos outros e o que percebem em si levanta questionamentos sobre a real dimensão dos danos ou sobre a capacidade de reconhecê-los.
O estudo também aponta que meninas se mostram mais críticas: 57% delas acreditam que as redes prejudicam a saúde mental da geração, contra 38% dos meninos. No entanto, quando se trata da autopercepção, essa diferença praticamente desaparece. Outro dado relevante é o tempo de uso: 45% dos jovens acham que passam tempo demais conectados, e 44% disseram que já tentaram reduzir o tempo nas redes.
Os pais demonstram mais preocupação do que os filhos. Quase metade aponta as redes sociais como principal fator de risco à saúde mental dos adolescentes, enquanto apenas 22% dos jovens pensam da mesma forma. A pesquisa reforça o contraste entre a crescente consciência coletiva sobre os perigos digitais e a visão mais leve, ou até indiferente — dos próprios adolescentes sobre o impacto em suas rotinas.
Ainda assim, nem tudo é visto com pessimismo. Muitos adolescentes reconhecem nas redes um espaço de expressão criativa e conexão com os amigos. O desafio, segundo o relatório, está em encontrar o equilíbrio entre os benefícios sociais das plataformas e os efeitos emocionais do excesso de exposição, comparação e dependência digital.
Por: João Pena
Foto: Reprodução / Internet