Durante entrevista concedida ao R7 em 2025, o biomédico Roberto Figueiredo, conhecido como Dr. Bactéria, explicou que seres humanos convivem com trilhões de micro-organismos no corpo e no ambiente, e que, apesar de invisíveis, eles exigem mudanças nos hábitos para evitar doenças, especialmente após a pandemia da Covid-19.

Segundo Dr. Bactéria, 90% do corpo humano é formado por bactérias, o que revela que os micro-organismos não apenas convivem conosco, mas são parte essencial da vida. No entanto, alguns vírus e germes oportunistas se aproveitam de descuidos rotineiros para causar infecções. Ele alerta para a necessidade de adaptar o comportamento sem cair em exageros, como a obsessão por álcool gel ou o uso de luvas em self-services.

Entre os vilões silenciosos do dia a dia estão o celular, mais contaminado que a tampa de um vaso sanitário, e o filtro do ar-condicionado, que pode espalhar fezes de ácaros pelo quarto. Escovas de dente mal armazenadas, roupas íntimas secando no box e maquiagem fora do prazo também são ambientes ideais para a proliferação de bactérias e fungos. Para o especialista, limpeza frequente com produtos adequados e atenção aos detalhes são medidas simples e eficazes.

No caso das roupas novas, Dr. Bactéria reforça a importância de lavar antes de usar, já que análises revelaram presença de bactérias fecais e fungos. Já sobre o banho, o cuidado é com o excesso: tomar mais de um com sabão por dia pode enfraquecer o microbioma e deixar a pele vulnerável. E, quando o assunto é escovação, o ideal é esperar pelo menos meia hora após comer, para evitar o desgaste do esmalte dos dentes.

Por fim, o biomédico destaca que a higiene correta não é obsessão, e sim consciência. Ao invés de criar paranoias, o ideal é manter o equilíbrio, entendendo onde os riscos reais estão e como enfrentá-los com informação e hábitos simples. Afinal, como ele mesmo resume, “esse mundo aqui é dos micro-organismos estamos só de passagem, com a permissão deles”.

Por: João Pena
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