Novo medicamento contra Alzheimer é aprovado pela Anvisa

A Anvisa aprovou na terça-feira (22) o registro do medicamento Kisunla, que poderá ser usado no Brasil para tratar comprometimento cognitivo e demência leves causados pela doença de Alzheimer. Desenvolvido com base em anticorpos monoclonais, o fármaco age diretamente nas placas de beta-amiloide no cérebro, um dos principais elementos ligados à progressão da doença. O remédio foi testado em estudo com mais de 1.700 pacientes e demonstrou resultados positivos no atraso do avanço do Alzheimer.
O Kisunla, cujo princípio ativo é o donanemabe, é administrado por infusão intravenosa e já está autorizado para distribuição no país. Seu uso é indicado para pacientes em fases iniciais da doença, com sintomas leves de perda de memória e raciocínio. A ação do medicamento reduz as placas que se acumulam no cérebro, o que ajuda a preservar as funções cognitivas por mais tempo. O avanço representa uma esperança concreta para pacientes e familiares que enfrentam os desafios do Alzheimer.
Durante os estudos clínicos, pacientes tratados com donanemabe apresentaram progressão mais lenta dos sintomas em comparação com aqueles que receberam placebo. A diferença foi observada de forma significativa após 76 semanas de tratamento, reforçando a eficácia da nova terapia. Apesar disso, o medicamento não é indicado para todos os pacientes, especialmente aqueles que usam anticoagulantes ou têm diagnóstico de angiopatia amiloide cerebral.
A Anvisa alertou para possíveis efeitos adversos, principalmente reações ligadas à infusão, como febre, dor de cabeça e sintomas semelhantes aos da gripe. Ainda assim, o órgão continuará monitorando a segurança e a eficácia do Kisunla no mercado nacional. A chegada do novo remédio representa um marco na luta contra o Alzheimer e reforça o papel da ciência em transformar o futuro de quem convive com doenças neurodegenerativas.
Para muitas famílias, a aprovação do Kisunla reacende a esperança de manter por mais tempo a presença e as memórias daqueles que amam. Mesmo sem cura, cada avanço no controle da doença significa mais dignidade, autonomia e qualidade de vida para quem enfrenta essa jornada.
Por: João Pena
Foto: Arquivo Portal Onbus