Estudo questiona eficácia da creatina: suplemento pode ter benefícios superestimados

Um novo estudo publicado em uma das principais revistas científicas de nutrição humana sugere que os benefícios da creatina, suplemento amplamente utilizado por atletas e frequentadores de academias, podem ser superestimados. A pesquisa acompanhou 54 voluntários, com idades entre 18 e 50 anos, durante três meses de treinamento de resistência e não identificou diferenças significativas entre os que consumiram a dose recomendada de creatina e os que não ingeriram o suplemento.

Ambos os grupos apresentaram, em média, um ganho de 2 quilos de massa magra — resultado que acende um alerta sobre a real eficácia da substância em pessoas saudáveis e com alimentação equilibrada.

Apesar dos dados, especialistas explicam que a creatina ainda pode oferecer benefícios em casos específicos. Pessoas com baixos níveis da substância nos músculos, como vegetarianos e veganos, tendem a responder melhor à suplementação. Isso porque a creatina é encontrada em alimentos de origem animal, como carnes, peixes e laticínios. Além disso, o corpo humano já produz naturalmente o composto, formado por três aminoácidos, por meio dos rins, fígado e pâncreas.

A maior parte da creatina é armazenada nas fibras musculares, contribuindo para a força e o tônus muscular, o que justifica sua popularidade no meio esportivo. Parte dela também atua no cérebro, e, segundo o nutricionista Rafael Morais, estudos indicam potenciais efeitos positivos no desempenho cognitivo e na prevenção de doenças autoimunes.

A Anvisa recomenda a ingestão diária de três gramas de creatina, mas a dosagem ideal pode variar de acordo com as características individuais de cada pessoa. O estudo, no entanto, reforça a importância de avaliar o uso do suplemento com acompanhamento profissional.

 

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