Aumento no consumo de energia em data centers pode dobrar até 2030 devido ao uso de inteligências artificiais

O consumo de eletricidade pelos data centers vai mais que dobrar até 2030, com a crescente demanda por inteligência artificial (IA), de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira pela Agência Internacional de Energia (AIE). O uso de IA, que exige um poder computacional enorme, está impulsionando o consumo de energia, criando novos desafios para a segurança energética e para as metas globais de redução de emissões de CO2. Ao mesmo tempo, a IA também pode oferecer oportunidades para tornar o setor mais eficiente.
Atualmente, os data centers representam cerca de 1,5% do consumo global de eletricidade, mas esse número tem aumentado 12% ao ano nos últimos cinco anos. A AIE estima que, até 2030, o consumo de eletricidade pelos data centers chegará a 945 terawatts-hora, uma quantidade maior do que o consumo total de eletricidade do Japão atualmente. O principal motor desse crescimento é a IA generativa, que exige enormes quantidades de energia para processar dados acumulados em bancos de dados massivos.
Estados Unidos, Europa e China são responsáveis por 85% do consumo global de energia para data centers. Empresas de tecnologia, como Google, Microsoft e Amazon, estão cientes dessa demanda crescente e já firmaram acordos para usar fontes de energia nuclear, como pequenos reatores e reatores no local do desastre de Three Mile Island. O aumento do consumo de energia também reflete um movimento maior da indústria em direção ao uso de fontes mais baratas e acessíveis, como gás natural e energias renováveis.
No entanto, o aumento no consumo de energia também trará desafios ambientais. As emissões de carbono associadas ao consumo de eletricidade para alimentar os data centers podem aumentar de 180 milhões de toneladas para 300 milhões de toneladas até 2035. Embora essa quantidade represente uma parcela pequena das emissões globais, ainda assim se trata de um crescimento significativo que exigirá uma resposta do setor energético.
A inteligência artificial, por sua vez, tem o potencial de transformar o setor energético. A AIE destaca que, ao mesmo tempo em que aumentará a demanda de eletricidade, a IA poderá ajudar a reduzir custos, aumentar a competitividade e até mesmo cortar as emissões, se as tecnologias certas forem aplicadas. O impacto da IA será profundo, não apenas no setor de tecnologia, mas também na maneira como gerenciamos e consumimos energia no futuro.
Por: João Pena
Foto: Arquivo Portal Onbus