Estados da Amazônia têm ruas menos arborizadas que estados do agro, segundo IBGE

O IBGE divulgou, nesta quinta-feira (17), dados da pesquisa ‘Características urbanísticas do entorno dos domicílios’ que mostram que, apesar de estarem cercados pela maior floresta tropical do mundo, os estados da Amazônia Legal registram os piores índices de arborização urbana no Brasil. Por outro lado, municípios ligados ao agronegócio, como Maringá (PR) e Lucas do Rio Verde (MT), se destacam positivamente, com mais de 90% da população vivendo em ruas com ampla presença de árvores.

No Acre, por exemplo, apenas 10,7% dos moradores urbanos vivem em vias com mais de cinco árvores. No Amazonas, o índice sobe pouco: 13,7%. Roraima, Pará e Amapá também aparecem entre os dez piores colocados. O levantamento considera como “rua arborizada” aquela com pelo menos uma árvore com mais de 1,70m, mas para avaliar níveis mais altos de cobertura verde, o Censo categorizou também vias com até duas, quatro ou mais de cinco árvores.

Já os municípios tradicionalmente ligados ao agronegócio apresentam os melhores índices. O Mato Grosso do Sul lidera nacionalmente, com 58,9% da população urbana vivendo em ruas com mais de cinco árvores. O Distrito Federal aparece em segundo (56,4%), seguido por estados como Paraná (49%), Mato Grosso (40,3%) e São Paulo (38,4%).

Maringá, no interior do Paraná, desponta como a cidade com mais de 100 mil habitantes com maior arborização urbana: 98,6% dos moradores vivem em ruas densamente arborizadas. Outras “capitais do agro”, como Lucas do Rio Verde (MT), Sinop (MT) e Rondonópolis (MT), superam os 93% nesse quesito, provando que desenvolvimento urbano e preservação ambiental podem caminhar juntos.

Já em estados como Sergipe e Alagoas, mais da metade da população urbana vive em ruas sem nenhuma árvore, com 68,2% e 58,2%, respectivamente. Mesmo considerando apenas a presença de uma única árvore, os estados da Amazônia ainda figuram entre os piores resultados.

 

Por: André Zamora

Foto: Wikimedia Commons