Menino autista do ES consegue socializar por meio do cultivo de abelhas

Geraldo Enrico Tigre Herzog, um garoto de 11 anos, tem uma relação especial com as abelhas-sem-ferrão que transformou sua vida e o ajudou a se integrar à sociedade. Com o apoio de seu pai, meliponicultor, Geraldo tem compartilhado sua paixão pelas abelhas com colegas de terapia na clínica em Vitória, no Espírito Santo, onde as caixinhas com as abelhas se tornaram uma ferramenta importante para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. A história de Geraldo é um exemplo de como interesses específicos podem ser uma ponte para o aprendizado e a socialização, especialmente para crianças autistas.

A psicóloga de Geraldo, Anna Maria Cunha, observa que o interesse do garoto pelas abelhas tem sido uma ferramenta importante no seu desenvolvimento socioemocional. As abelhas proporcionaram uma forma única de socialização para o menino, que usa seu vasto conhecimento sobre os insetos para interagir com os outros. Além disso, as abelhas também se tornaram uma metáfora para o aprendizado de habilidades como paciência e respeito pelos tempos naturais, o que é especialmente importante para crianças autistas.

O impacto positivo das abelhas na vida de Geraldo é visível também em um novo projeto ambiental em Vitória. Foi inaugurado um Circuito Sensorial Ambiental, dedicado ao público autista, que inclui um jardim sensorial e caixas de abelhas-sem-ferrão. O espaço, em parceria com a associação de meliponicultores de Germanni, oferece uma experiência sensorial que visa sensibilizar as famílias para a importância do contato com a natureza no desenvolvimento de crianças com autismo.

“Fico muito emocionado por que conseguimos incluir mais crianças. Só nós, família atípicas, sabemos como isso é importante. Consegui unir o meu mundo, minha paixão com abelhas, com o meu filho. Assim, ele se aproximou mais de mim”, explicou o pai do menino.

Germanni, emocionado com o progresso do filho, destaca como a conexão com as abelhas ajudou a aproximá-lo mais da sua paixão e, ao mesmo tempo, a facilitar a integração de Geraldo com outras crianças. Esse circuito ambiental, além de proporcionar aprendizado sobre as abelhas, também simboliza um grande passo para incluir mais crianças autistas e mostrar aos profissionais como interesses específicos podem ser um caminho para o desenvolvimento e a socialização.

Por: João Pena
Foto: Reprodução / X – CBN