Dólar dispara com tensões comerciais e sinais de instabilidade nos EUA

O mercado financeiro apresentou alta na manhã desta quinta-feira (10), com o dólar operando em alta após recuar na sessão anterior. Ao início do dia, a moeda americana subia 0,97%, cotada a R$ 5,901, devolvendo parte das perdas registradas na quarta-feira (9), quando investidores reagiram positivamente ao anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a suspensão temporária de tarifas.
Trump afirmou ter pausado por 90 dias a cobrança de tarifas adicionais sobre países que não retaliaram o “tarifaço” lançado na semana anterior. A medida, no entanto, excluiu a China, que respondeu com sanções equivalentes a 84% e agora enfrenta alíquotas elevadas a até 125% sobre suas exportações para os EUA.
O impacto foi sentido também nas taxas de juros futuros, que acompanharam o avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano. A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subiu a 14,805%, enquanto para janeiro de 2027 chegou a 14,475%. Apesar da pressão, a curva desacelerou o ritmo de alta após a fala de Trump, indicando uma possível reabertura de negociações com Pequim.
No mercado internacional, o dólar registrou a maior cotação frente ao euro em 20 anos e alcançou seu nível mais alto em relação à libra esterlina desde 1985, reforçando a valorização global da moeda americana em meio ao ambiente de incertezas.
Apesar da instabilidade, o Ibovespa fechou o pregão anterior em alta de 3,12%, sustentado por uma forte recuperação nas ações de commodities e petróleo. No cenário externo, os principais índices de Wall Street também reagiram positivamente à suspensão parcial das tarifas, com o Nasdaq disparando 12,16%, maior alta em 24 anos.
Por: André Zamora
Foto: Wikimedia Commons