Operação Expurgo combate descarte ilegal de lixo controlado pelo tráfico na Zona Portuária do Rio

A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), deflagrou nesta quarta-feira (9), a Operação Expurgo para combater crimes ambientais no Parque Alegria, no Caju, Zona Portuária do Rio. O local, conhecido como “lixão do tráfico”, era controlado por integrantes do Terceiro Comando.

A investigação começou após denúncia do Inea e revelou que traficantes passaram a cobrar taxas de empresas de resíduos para permitir o descarte irregular de lixo na região. Parte desse material vem sendo usada para aterrar ilegalmente uma área desocupada entre a Linha Vermelha e a Avenida Brasil, com o objetivo de expandir a comunidade. A prática causou a contaminação do lençol freático, destruição de vegetação de mangue e prejuízo ambiental estimado em R$ 5 milhões.

A operação cumpre 14 mandados de busca e apreensão contra criminosos e representantes de empresas envolvidas. Dez empresas foram identificadas como reincidentes nos crimes, incluindo uma que tem contrato com a prefeitura. Segundo a DPMA, funcionários dessa empresa desviaram maquinários para auxiliar a atividade ilegal. A Ciclus Ambiental, citada na investigação, informou em nota que não foi notificada oficialmente e que atua em conformidade com a lei.

Durante a ação, um homem foi preso e um fuzil apreendido. A polícia também pediu à Justiça o sequestro cautelar de 17 caminhões das empresas envolvidas. Técnicos do Inea iniciaram o levantamento da quantidade de resíduos e da extensão da poluição para cálculo das multas, que podem chegar a R$ 5 milhões por infração ambiental.

No mesmo local, no Natal do ano passado, a DPMA resgatou um homem que seria executado pelo “tribunal do tráfico”, após monitoramento das investigações.

Por: Carolina Sepúlveda 

Foto: Reprodução