Nos últimos dias, as redes sociais foram dominadas por uma trend envolvendo imagens geradas pelo ChatGPT imitando a estética das animações do Studio Ghibli. A novidade gerou polêmica, com discussões sobre direitos autorais e até a adesão do governo dos EUA. O estúdio japonês, famoso por clássicos como A Viagem de Chihiro, não se mostrou a favor da utilização de IA em animações, com o cofundador Hayao Miyazaki criticando a tendência como “um insulto à vida”.

O estúdio japonês de animações é muito famoso e conhecido por clássicos como A Viagem de Chihiro (2001) e O Menino e a Garça (2023), ambos ganhadores do Oscar de Melhor animação. Hayao Miyazaki e Isao Takahata se conheceram em 1974 e compartilhavam do desejo de serem criadores de animações históricas, sem restrições de outros estúdios. Em 1984, com o sucesso de Nausicaä do Vale do Vento, fundaram o Studio Ghibli no ano seguinte, 1985.

Depois dos sucessos de O Castelos no Céu, os fundadores criaram Meu Amigo Todoro e O Túmulo dos Vagalumes. A empresa cresceu, com isso, o estúdio adotou uma metodologia de trabalho nova para garantir a alta qualidade e eficiência na produção. A animação Princesa Mononoke (1997) deu o reconhecimento que o estúdio estava esperando, sendo distribuída pela Disney no Ocidente. Ele voltou a prosperar quando O Menino e a Garça foi lançado, marcando a volta do fundador Miyazaki à direção.

Mesmo que as imagens geradas pelo ChatGPT tenham aumentado a popularidade, Hayao Miyazaki não gosta e não concorda com esse tipo de arte. Em um documentário em 2016, ele afirmou que animações feitas por inteligências artificiais são “um insulto à vida em si”, expressando sua visão negativa sobre a utilização das tecnologias para criações artísticas.

Por: João Pena
Foto: Reprodução / Studio Ghibli