Astrônomo brasileiro contribui para descoberta de galáxia anã
Uma galáxia pequena e ultrafria, chamada Aquarius III, foi descoberta pelo DELVE Survey, uma colaboração internacional de pesquisa sobre o Universo. A pesquisa contou com a participação do astrônomo Guilherme Limberg, do Instituto de Astrologia, Geofísica e Ciências (IAG) da USP, e foi publicada no “The Astrophysical Journal”, com apoio da NASA e outras instituições.
Aquarius III é uma galáxia com algumas centenas ou milhares de estrelas, muito menor que grandes galáxias como a Via Láctea, que possui de 100 a 400 bilhões de estrelas. A descoberta foi feita com imagens do Telescópio Victor M. Blanco, no Chile, e indicou aglomerados de estrelas, que foram confirmados como uma galáxia por técnicas de espectroscopia.
A pesquisa confirmou que a nova é uma galáxia satélite ultrafria, com baixa metalicidade. Para validar sua natureza galáctica, os cientistas usaram espectroscopia para identificar a presença de matéria escura, que foi detectada através de variações nas velocidades das estrelas.
Galáxias anãs como Aquarius III são importantes para estudar a formação do Universo, pois, apesar de seu tamanho pequeno, desafiam os modelos cosmológicos atuais. Elas ajudam a entender os processos físicos universais que governam tanto galáxias grandes quanto pequenas.
As galáxias anãs são sistemas frágeis, onde pequenas variações nas condições iniciais podem ter grandes impactos, o que as torna ideais para testar limites dos modelos cosmológicos, como destaca Limberg.
Essas galáxias são envoltas por halos de matéria escura, cujas propriedades ainda são pouco compreendidas. Estudar galáxias como Aquarius III pode ajudar a resolver mistérios sobre a menor massa necessária para formar halos de matéria escura, um enigma da astrofísica moderna.
Por: João Pena
Foto: Arquivo Portal Onbus