PL se abstém de apoiar projeto de armamento da Guarda Municipal do Rio

O Partido Liberal (PL), segunda maior bancada da Câmara Municipal do Rio, surpreendeu ao não apoiar o novo projeto de armamento da Guarda Municipal, um tema historicamente alinhado com sua pauta de segurança. O projeto, de autoria do vereador Dr. Gilberto e coautoria de vários outros vereadores, busca autorizar o armamento da corporação sem alterar a estrutura da Guarda ou criar novas forças de segurança.

Apesar de ser um dos principais defensores do armamento das forças de segurança, o PL se absteve de apoiar a proposta, levantando questões sobre sua postura política. A falta de apoio ao projeto, que foi retirado de pauta anteriormente devido à polêmica do projeto original de segurança municipal.

O projeto de armamento é visto por muitos como uma oportunidade para a Guarda Municipal aumentar sua capacidade de ação, mas a omissão do PL na votação levanta suspeitas sobre uma possível birra política. A decisão pode prejudicar a imagem do partido, que tinha o momento favorável para se posicionar como protagonista na segurança pública da cidade.

Em resposta a notícia feita pelo “Diário do Rio”, a PL se pronunciou:

Prezado editor Quintino Gomes Freire,

Gostaria de esclarecer alguns pontos abordados na matéria publicada nesta sexta-feira (28) no Diário do Rio, intitulada “PL silencia em projeto sobre armamento da Guarda Municipal do Rio”. O Partido Liberal não só participou ativamente das discussões sobre o Projeto de Emenda à Lei Orgânica Municipal (PELOM) nº 23/2018, como foi decisivo para que o texto final refletisse, de fato, os interesses da cidade — e não as ambições políticas do prefeito Eduardo Paes.

Desde o início, nos posicionamos contra a tentativa do governo municipal de criar uma “nova força” de segurança, paralela e temporária, com armamento e nome distintos da atual Guarda Municipal. Esse movimento, travestido de modernização, na verdade excluía a própria corporação e abria caminho para uma estrutura improvisada, com fins mais eleitorais do que institucionais.

Na noite de ontem, um novo substitutivo ao PELOM foi protocolado — este, sim, com o apoio do PL. E ele só foi protocolado desta forma graças à luta e ao empenho da nossa bancada. Originalmente, o prefeito mandou à Câmara um projeto de mudança na Lei Orgânica que excluía a Guarda Municipal e armava temporariamente apenas sua milícia. Foi graças ao trabalho do PL que conseguimos alterar o texto e garantir o armamento da Guarda Municipal de fato.

A nova redação assegura três pontos fundamentais:

  • A manutenção do nome e da estrutura da Guarda, impedindo a criação de uma força paralela;
  • O armamento exclusivo dos agentes da GM, pauta que defendemos há mais de uma década;
  • A retirada do trecho que proibia o uso de arma de fogo fora do horário de serviço, medida que exporia os guardas à vulnerabilidade.

Segurança pública não é escada para palanque, e nós da bancada do PL, composta por Carlos Bolsonaro, Diego Faro, Fernando Armelau, Paulo Messina, Poubel e Rafael Satiê, não está à disposição para carimbar projetos eleitoreiros. Está, sim, atento e vigilante, para impedir que a Guarda Municipal do Rio seja usada como vitrine de campanha.

Atenciosamente,
Vereador Dr. Rogério Amorim
Líder do PL na Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Por: Maria Clara Corrêa

Imagem: Divulgação